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VIDAS EM CONFLUÊNCIA NA PARTILHA DE SABERES


Com sua organização rizomática a vitória régia cresce horizontalmente em profusas direções. A extensão em que se desenvolve é ocupada sem ordenamento prévio, sem centro ou hierarquia. Olhada na superfície parece organismo isolado, mas no submundo aquático ela se conecta com as outras de si e com a terra de onde partem, com a água em que flutuam suas grandiosas folhas, com a atmosfera da qual absorvem a luz com que produzem a energia de que precisam para viver. Sua flor, de duração efêmera, desabrocha a noite e vive apenas 48h. Nas primeiras 24h é branca e feminina, nas horas restantes é rosa e masculina. A visita de um besouro fecunda com o pólen de uma o óvulo de outra. O fruto gerado por cada flor produz cerca de 250 sementes. Na cultura popular é Naiah, jovem tupi-guarani que desejava brilhar e ser estrela no céu de Jaci, mas por encanto transformou-se em rainha das águas amazônicas. A maior planta aquática do mundo, essa vida que se entrelaça às multiplicidades do mundo e para onde confluem múltiplos olhares, inspira o XV Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências - ENPEC. Um encontro para partilhas não hierárquicas, em desvio das centralidades modernas, costuradas com fios da fina seda das sensibilidades plurais, cuja curta duração pode fertilizar gerações de pensamentos e saberes não binários, multigêneros, multifários em que vidas multiespécies confluam gerando um mundo onde os múltiplos seres e saberes caibam e importem.


Créditos da imagem: Oficina de Criação/UFPA

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