O Grupo de Pesquisa Interinstitucional “Direitos Humanos e Políticas de Memória” (DIHPOM), com o apoio da Rede de Pesquisadores/as que o compõe e de Programas de Pós-Graduação de diversas instituições, como da UFPR (Universidade Federal do Paraná), UEM (Universidade Estadual de Maringá), UNESPAR (Universidade Estadual do Paraná), UNIOESTE (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), UESPI (Universidade Estadual do Piauí), UNIFESSPA (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará), IFAM-Tefé/FAPEAM (Instituto Federal do Amazonas, Campus Tefé/Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Amazonas) realizará entre os dias 11 e 13 de abril de 2023 o III Colóquio Internacional de Direitos Humanos e Políticas de Memória, no formato presencial em Curitiba.

Em 2023, o Colóquio terá como temas centrais reflexões sobre deslocamentos populacionais contemporâneos, cosmopolitismos, estratégias de proteção a refugiados e apátridas. Como desdobramentos temáticos serão especialmente contempladas pesquisas que versam sobre as múltiplas exclusões institucionais produzidas por sistemas autoritários, e a violência política induzida pelos Estados e voltada a silenciar, subalternizar e/ou “descartar” grupos sociais ou minorias étnico-raciais e identitárias que sobrevivem, não raras vezes, “por fora” das proteções legais. Segundo o mais recente Relatório “Tendências Globais/Global Trends Report”, produzido pelo ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), e publicado em 18 de junho de 2021, ao final de 2020, havia 82,4 milhões de pessoas deslocadas à força em todo o mundo, como resultado de perseguições, conflitos, violência, violações de direitos humanos e eventos que perturbam seriamente a ordem pública.

O III Colóquio, à luz dessas realidades, objetiva adensar as linhas de interpretação que orientam as investigações do DIHPOM, ao propor conceitos, cronologias e indagações que possam melhor verbalizar as dimensões políticas das inúmeras modalidades que impõem aos indivíduos o que a socióloga Adriana Bocchino (2014), designou como “errância nômade”, isto é, uma situação de duplo estranhamento em relação aos substratos afetivos da própria geografia, ou da geografia de acolhida. Tal argumento é o sinal de partida para pensarmos, no nível de saberes das Ciências Humanas, Sociais e Jurídicas, sobre a magnitude das condições históricas e contemporâneas que permitem compreendermos como os problemas vinculados à privação da cidadania, de direitos políticos e nacionalidade adquirem um significado universal que denuncia as condições de marginalidade nas quais vivem as populações de nossa época. Por sua vez, o III Colóquio também coloca em questão como tais populações esperam e podem reconstruir, agenciar ou redefinir identidades, subjetividades, expectativas à base de experiências práticas, socializações, tessitura de utopias, laços entre línguas e culturas, e recursos simbólicos que minimizam ou neutralizam as severas situações de precariedade.

SEDE DO COLÓQUIO:
UFPR - Edifício Dom Pedro I - Rua General Carneiro, nº 460 - 1º andar - Campus Reitoria

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